Ai, que medo!




O Tricolor é tricampeão da Libertadores. Eba!!!!! Vibrei, gritei (só não pulei pq a barriga de 8 meses de gravidez não permite, né... tenho o mínimo de juízo).

Da minha casa dava para ouvir a euforia nas ruas, o buzinaço, os gritos da torcida, os fogos de artifício! Que lindo!!!! Uma festa que eu não esperava.

Meu marido (que é Corinthiano... sem comentários) chegou a me perguntar "será que esta explosão toda não tem outro significado? Será que o povo está tão oprimido, excessivamente revoltado com as últimas notícias, que um simples título no futebol faz com que as pessoas extravazem todo este sentimento?". Concordei com ele e ficamos um tempo falando sobre o significado - e a necessidade - das festas populares como o Carnaval e (por que não) o futebol para o povo brasileiro. Fui dormir com a sensação gostosa do título. Que bom poder soltar a indignação em forma de festa!

Pela manhã, a alegria se foi. O resultado da festa na avenida Paulista, em São Paulo, me deixou preocupada. Não vou tirar a responsabilidade e a punição para os que destruíram lojas, bancos e estação de metrô, saquearam lanchonetes e bancas de jornal. Não. Nada justifica o vandalismo. Nada! Vergonhoso!!

Mas... por que esta explosão furiosa? Por que transformar uma festa em guerra? Não entendo... será que é só falta de educação, muita bebida e droga? Psicólogos, sociólogos, malucos de plantão... me ajudem a entender!!!!!

(fotos: Reinaldo Marques/Terra)

Comentários

Anônimo disse…
... hahaha!!!! ... quem me conhece e ler este post, vai achar estranho:
"O Bene... comentado sobre futebol!!!" ... hehehe!!! Acho que até mesmo eu estou achando estranho!!! Então, deixa eu contar o porque do estranhamento: é o seguinte, ao contrário de milhões, sou daqueles que depois de anos, fingindo que gostava de futebol, resolveu admitir:
SOU BRASILEIRO E NÃO GOSTO DE FUTEBOL!!!!

Mas... (vc. já viram que esta palavrinha sempre aparece... hehehe!!!) neste caso específico não dá para deixar de tecer um comentário: meu pai, torcia pelo São Paulo. Não era aquele torcedor fanático, mas ficava feliz em saber que seu time estava se saindo bem nos jogos que disputava... ao ver que seu time iria disputar um campeonato tão importante,resolvi, homenageá-lo, torcendo para o seu time.

Perai... não fiquei grudado assistindo o jogo o tempo todo não!!! Mas quando ouvia algum foguete explodindo perto de casa, ligava a TV, para saber o que estava acontecendo!!! E no final, não é que o time ganhou!!! UEBA!!!... tri... cam... peão!!! Depois assiti o jornal da Grobo... e o Jô (Por falar nisto, vcs. estão acompanhando as mesas redondas que o Jô esta promovendo todas as quartas, com as jornalistas politicas dos principais jornais do Brasil? Se não estão, não sabem o que estão perdendo... muuuuuuuito bom). Fui dormir feliz, imaginando que meu pai estava feliz!!!

Mas meu!!! (olha ela ai de novo) O que foi aquilo que eu vi no outro dia nos jornais!!! Credu!!! A galera pirou. Literalmente. Nada justifica o que foi feito em "nome" do tri campeonato do time. Que é isto minha gente (até parece político falando.. hehehe)!!!! Concordo com a Erikota: será que isto não foi uma válvula de escape? Será que só uns tragos a mais, seja lá do que for: drogas ou bebidas, seria o suficiente para tanto? Ou será que no lugar do movimento dos "caras pintadas", estamos vendo o movimento dos "uniformizados desequilibrados". Seria bom acharmos uma resposta, porque a bola continuará rolando...
Anônimo disse…
UMA PEQUENA CORREÇÃO:

onde se lê: "Depois assiti o jornal da Grobo...", ficou faltando um trecho:

Depois assiti o jornal da Grobo... no jornal, algumas imagens aréas mostravam os torcedores na Paulista comemorando a vitória. Mas até então, nenhuma confusão...
Anônimo disse…
Há momentos na vida em que tudo desmorona. Tudo o que incomoda, tudo o que faz mal, vem à tona e aflora. Medidas quanto mais radicais, melhor. Algumas que, inviabilizam a própria razão de ser, ou colocam em risco a cidadania. Ninguém há de querer o fim do esporte e a volta da ditadura. Mas os acontecimentos em avalanche, nos enchem de perguntas... Novas leis? Ou basta aplica-las? Mais ousadia? Ou basta se conformar? Mais criatividade? Ou chega de pensar? O que se quer da Polícia? Da política? O que se espera da família? Dos clubes? Da escola? O que esperamos de nós mesmos?
O que queremos? Queremos poder torcer, vibrar... Queremos poder votar, acertar... Queremos sair do estádio, ou ler um jornal rindo ou sofrendo conforme o resultado do jogo, ou teor da notícia, mas sem a agonia de fugir da violência , ou ficar com vergonha dos nossos políticos.
O problema não é só de repressão, prevenção, ou de impunidade e responsabilidade. O problema também é o tempo... Quanto tempo vamos ficar nisto? Quanto tempo vamos ficar nessa discussão diária? Por quanto tempo vamos manter nosso inconformismo com a violência no esporte e com a violência na política? Quanto tempo falta para cobrarmos, de forma ativa de nossos governantes, dos clubes, das torcidas, da imprensa e de nós mesmos? Quanto tempo vamos ficar assistindo a cada “espetáculo” de corrupção e de futebol, calados?
Algumas considerações devem feitas à organização e às regras dessas coisas burocratizadas que ainda nos atraem, embora menos do que antes, e que respondem pelos nomes de política e futebol.
Resumo. Se o esporte já serviu a ditadores e a ditaduras, também nos deu grandes lições de solidariedade, dentro e fora do campo. Grandes causas já receberam grandes adesões. A anistia. O fim dos desaparecimentos forçados. A democracia. A paz. Faixas, cartazes, caras pintadas e bandeiras que cruzaram o mundo, denunciam, lembram, exigem.
A mesma criatividade que fez nascer práticas esportivas cujo sucesso está na solidariedade e mesma vontade que nos fez escolher, ir às urnas e derrubar, deve patrocinar atitudes que tragam de volta a alegria de ser brasileiro, que acabe com estas violências e estabeleça de uma vez por todas, o fim deste tempo!
Anônimo disse…
o que eu estava procurando, obrigado