Sim, guloseima vicia!
Viciado em comida deve ser tratado como qualquer outro dependente químico, ou seja, o compulsivo alimentar não é diferente de viciado em cocaína ou heroína. A busca é a mesma (bem estar), o preço a pagar é o mesmo (a saúde) e mais: a comida, assim como as drogas, modifica a percepção de prazer gerada pelo cérebro. A comida altamente calórica, assim como as drogas, faz com que a pessoa busque cada vez mais alimentos calóricos, num ciclo infernal de dependência.
Este foi o resultado de uma experiência feita pelos neurocientistas Paul Johnson e Paul Kenny, do Scripps Research Institute, em Jupiter, Florida, em um estudo feito com ratos. Um grupo de ratos foi alimentado com alimentos saudáveis e o outro com alimentos calóricos, ou "junk food". Depois de apenas cinco dias com uma dieta calórica, os ratos apresentaram uma exigência maior de comida para se satisfazerem, enquanto o outro grupo continuou a alimentar-se normalmente. Ou seja, enquanto o "grupo magro" precisava de pouco alimento para sentir-se bem, o outro grupo precisava cada vez mais e mais de calorias para atingirem o ponto de bem estar.
Muitos de nós já ouviu falar que pessoas "descontam" suas angustias e tristezas comendo caixas e caixas de bombons. Estudos já disseram que o chocolate e o carboidrato aumenta a produção de serotonina (que causa bem estar). Mas esta experiência mostrou, fisicamente, como estas substâncias reagem no cérebro.
Para perceber o quanto os ratos "gordos" (sim, a esta altura eles já haviam ganhado muito peso, mas continuava a comer, comer e comer) estavam dispostos a pagar para continuar a comer, os cientistas dava choques nos animais dos dois grupos sempre que estes se alimentavam. Em pouco tempo, os ratos magros pararam de comer temendo a dor, enquanto os ratos gordos não se importavam com o que viria depois, a compulsão os levava a comer, mesmo sabendo que depois sofreriam os choques.
Finalmente, a dieta calórica foi retirada dos pobres ratinhos e oferecida uma alimentação mais saudável. Os bichinhos se recusaram a comer por duas semanas...Mesmo que este estudo tenha sido feito apenas em ratos, se você está imerso num ciclo vicioso de comer e se deprimir, não pense duas vezes. Leve à sério, rompa o ciclo ou procure ajuda. Como diz um dos pesquisadores, a exposição prolongada a este tipo de alimentação pode alterar PERMANENTEMENTE a resposta à alimentação.
E se você, como eu, tem uma criança em casa doida por guloseimas, fique atenta. Depende de você fazer com que esta criança cresça com referência positivas ou negativas sobre os alimentos.
(fonte: Science News parte 1 e parte 2)
Comentários
Nunca li uma frase tao perfeita. O dependente é um dependente.Simples assim...
Eu fui dependente. E me curei. Mas as crises de abstinencia sao terriveis.
Vc pode ler partes http://graceolsson.com/blog/2009/10/30-dias-sem-drogas/
Nao desejo a um inimigo, a dor das tentativas que fiz para me curar. bjs e dias felzies