"Quero perder a virgindade com Ahmadinejad."
Esta declaração idiota foi feita por Silvia Valerio, uma italiana de 19 anos, que acaba de lançar um livro expondo toda sua admiração pelo ditador iraniano. Ninguém deveria ter nada com isso! Cada um dá o que quer a quem quiser. Mas, quem fala o que quer, ouve o que não quer. A "escritora", porém, não queria ouvir críticas! Diz que, em um país dito democrático como a Itália as pessoas deveriam ter o direito de dizer o que querem sem ouvir críticas! Silvia Valerio, por que você não cala a boca!?
Num país democrático, as pessoas têm liberdade sim, mas têm responsabilidades sobre o que dizem. E pagam por isso. Mas parece que Valerio não está pagando nada, ao contrário, está recebendo muita humilhação. Para quem tem atração em Ahmadinejad (se é que tem), humilhação, vergonha, submissão e dor são um deleite!
A estudante escolheu um modo bem estúpido de atrair a atenção da mídia italiana, mas conseguiu. Jornais, revistas e talk shows falam de Valerio. Obviamente, falam mal, muito mal. Nenhum jornalista tem poupado a jovem que, aliás, posou nua - de costas - para a capa do seu "livro" (foto). Valerio faz de tudo para mostrar que não é nenhuma estudante idiota. Mas é. Cita latim dentro e fora do livro, como se fosse a única jovem italiana a sabê-lo (o idioma é ensinado nas escolas de 2o grau), cujo título é "C’era un volta un presidente. Ius primae noctis" (Era uma vez um presidente. Direito à primeira noite).
Em um talk show muito popular por aqui (Chiambretti Night), depois de ser apedrejada (já que ela gosta) com perguntas irônicas e sarcásticas, a "escritora" perguntou ao apresentador se ele ao menos havia lido o livro - porque estava cansada de ser criticada por pessoas que nem o leram - e Piero Chiambretti disse que sim, que foi lido aos pedaços pela equipe, porque é péssimo, "até um livro diabólico é melhor do que o seu". E foi aplaudido pelo público.
Em outro momento, Silvia tenta mostrar artigos que havia levado ao programa. Irritado com várias declarações da escritora totalmente sem noção, Chiambretti diz "não quero ver nada disso", pega um a um, rasga-os e joga tudo no chão, junto com o livro. Enfurecida, Silvia se levanta e deixa o estúdio sob aplausos do público ao apresentador. Na saída triunfal, Silvia faz um gesto conhecido e manda o público tomar no &*&¨%$%. Mas, depois, volta para enfrentar mais uma série de humilhações (ela gosta mesmo, hein!).
Os motivos desta adoração ao presidente iraniano são argumentos muito conhecidos dos lulistas, chavistas e castristas sulamericanos. "Ahmadinejad tem coragem, não é hipócrita, enfrenta a política internacional e ameaça os Estados Unidos." Silvia Valerio é tão insuportavelmente alienada que diz nunca ter ido ao Irã, mas que conhece muito bem a realidade das mulheres italianas e européias. De qual realidade ela se refere? À realidade de poder escolher com quem namorar, casar e até transar (antes do casamento, diga-se de passagem)? Ou a realidade de poder sair às ruas com uma microssaia (como a que usava no programa Chiambretti Night) sem ser apedrejada até à morte? Talvez se referisse ao direito de estudar, trabalhar, votar, divorciar-se e até ser gay sem ser executada por isso?
Duvido que alguém acredite que Silvia Valerio queira realmente fazer sexo com Ahmadinejad por admiração. Duvido que alguém acredite, inclusive, em sua virgindade. Mas o mundo poderia fazer um favor a esta jovem. Façamos uma vaquinha, compremos um bilhete para ela só de ida para o Irã, até porque, não ficará viva para ir a lugar algum depois que se oferecer para uma noite de sexo a Ahmadinejad. Se ele for seguir suas próprias leis, Silvia Valerio será considerada uma meretriz sentenciada à morte (nos modos mais cruéis possíveis, é claro).
Aliás, isso serve para todos os que apóiam o governo iraniano. Peguem um avião e boa viagem!
Comentários
Sobre os Estados Unidos, vc misturou as estações, pq o post é sobre o Irã.
Abraços e obrigada pela leitura. Volte sempre.
Érika.
Beijos! Luciana.