Aqui não é Brasil, senadora!

A senadora Patrícia Saboya tentou cantar de galo na terra de Berlusconi e se deu mal. Passou por alguns minutos como pessoa normal e achou que isso era preconceito contra a mulher brasileira. A senadora pode ter sido vítima de duas situações distintas: prostituição de mulheres brasileiras na Itália e seriedade com que é tratada a gripe suína por aqui. Mas vamos esclarecer algumas coisinhas.

Tive que recorrer à imprensa brasileira pq o ocorrido no aeroporto de Roma deve ter sido tão banal que a imprensa italiana nem falou no assunto, mesmo sendo uma "senadora" (como se isso fizesse dela uma pessoa mais importante dentro e principalmente fora do Brasil).

Lendo as notícias nos jornais brasileiros, entendi que o problema foi que uma amiga espirrou algumas vezes durante o vôo Fortaleza-Roma e irritou um dos passageiros, preocupado com a possível contaminação da gripe suína. Durante o acontecido, o passageiro as teria desrespeitado, o que é intolerável, sem dúvida.

Chegando ao aeroporto, o passageiro informou às autoridades que as detiveram, vasculharam as malas e não deram a menor peteca para o passaporte da senadora, até que ela deu um chilique, gritou e eles acharam melhor deixar a louca passar.

Em primeiro lugar, falta de respeito não se defende, seja de brasileiro ou europeu, mas o fato é que aqui, na Itália, diferente do Brasil, a primeira morte por febre suína aconteceu somente nesta semana. No Brasil, a doença já matou quase 500 pessoas! O vírus de lá é mais forte do que o da Itália? Não. Os brasileiros são mais fracos do que os italianos? Também não. A diferença está na rapidez e seriedade com que são tratados os casos da doença. Por isso, senadora, a Itália se preocupou tanto com a possibilidade de alguém estar entrando no país com o vírus a tira colo.

Vascularam as malas, desarrumaram tudo? Normal! Eles fazem isso com muitos passageiros. Não mudaram o tratamento por ser ela uma senadora? Normal também. Aqui, as pessoas são iguais, ainda mais se vêm de fora. Ponto para a polícia italiana que agiu rápido.

A senadora diz que só foi ouvida quando começou a fazer um barraco. Aí eu acho que a polícia errou. Deveria tê-la prendido por desacato à autoridade e não tê-la liberado.

Preconceito contra a mulher brasileira? Tenha paciência. Brasileira, na Itália, é - não raro - sinônimo de prostituição e, nem por isso, fui barrada em algum lugar, fui desrespeitada ou descriminada. Se a senadora sentiu-se assim, é porque tem pouca instrução sobre os reais motivos de tanta cautela. Não raro, os brasileiros entram na Itália para cometer crimes. É o preço que se paga por vir de um país exportador de prostitutas, travestis, clonadores de cartão de crédito e traficantes.

Parabéns à polícia italiana que deteve uma suspeita de trazer o vírus da gripe para cá. Pena que a soltaram tão rápido

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