Eu entendo os avestruzes e os fanáticos

Os altos e baixos da vida são mais freqüentes do que eu gostaria. É duro escalar, subir cada degrau, dar cada passo adiante pra, depois, sentir tudo ficando para trás, numa longa e inevitável queda livre. E, depois, olhar para o alto e saber que tem que começar tudo de novo. Por que não fizeram da vida uma estrada plana, retilínea rodeada por árvores frutíferas e animais domésticos? Porque seria fácil demais; e quem disse que era para ser fácil?

Fomos jogados num mundo fadado ao sofrimento provocado por quem mais senão a própria humanidade! Pois bem. Tem que sofrer mesmo! É o preço que pagamos pela quantidade de besteira que fazemos. Pelas escolhas erradas, por fecharmos os olhos para a pobreza, por fecharmos os olhos para a corrupção e a fome; por fecharmos os olhos para as crianças abandonadas, pela nossa omissão perante o mundo e nosso semelhante. Tem que pastar mesmo!

Mas confesso que estou cansada. Eu e metade do globo terrestre, creio. Não me admira a quantidade de pessoas que se apegam mais e mais à religião. Tem que se acreditar em alguma coisa! Algo que dê esperança de dias melhores, nem que seja depois da morte ou invisível aos olhos humanos.

Não me admiram os que olham para o céu, não em busca de deus, mas de OVNIs. Somente alguém fora deste planeta pode nos ajudar.

Não me admiram os avestruzes! Que delícia seria enfiar a cabeça num buraco e simplesmente fingir que nada está acontecendo, embora tudo isso não passe de uma lenda. Os avestruzes não fazem isso. São fortes o bastante para enfrentar o inimigo. Tudo não passa de uma ilusão de ótica. Os avestruzes encostam a cabeça no chão para sentir a vibração do predador se aproximando. Diferente de covarde e tolo, ele é sábio e forte.

Mas eu o entenderia do mesmo jeito e, hoje, preferiria acreditar que a lenda é verdadeira. Assim, ao menos um avestruz seria como eu!

Menos mal que OVNIs existem... ou não??? SShhhhh...!!!! Guarde a resposta para você e me deixe sonhar. Só mais cinco minutinhos!

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