Recriando os limites

A “piadinha” como feita pelo comediante Danilo Gentil sobre os judeus só mostra o quanto estamos à beira do caos. Por algum momento ele achou aquilo engraçado? Sim. Tanto, que jogou ali no Twitter, como se não fosse nada porque, afinal de contas, o ser humano não vale mais nada. Emoções, sentimentos, dores são nada. Mas não crucifiquemos Danilo. Ele foi além, passou dos limites simplesmente pq não existe mais limite! Ele é resultado de uma sociedade que banalizou a vida humana.

Uma pessoa pode eliminar a vida de outra em plena luz do dia, num semáforo de uma grande cidade? Podem espancar crianças, abusar delas, usá-las como instrumentos de trabalho? Alguém pode desviar milhões dos cofres públicos para pagar cartões de crédito pessoais, comprar imóveis on bancar festinhas particulares? Alguém pode vender sentenças judiciais? Alguém pode fazer você de refém, te levar ao caixa eletrônico e tirar todo o seu dinheiro?

Podemos até hesitar um pouco, mas no fundo, por mais que queiramos dizer que NÃO, sabemos que SIM, PODEM. Porque nada acontece. E quando nada acontece, quando as leis não são cumpridas, elas deixam de existir e chegamos a este ponto. Aliás, passamos do limite até mesmo deste ponto! Passamos do ponto da banalidade. Chegamos a um ponto sem denominação. Ou, se tiver uma, por favor, me informe.

Enquanto isso, vivemos as nossas vidas como se nada disse existisse pq TEMOS que viver. Temos que sobreviver, seguir em frente, trabalhar, criar nossos filhos, etc. E toda aquela indignação fica para trás. Todos os valores mais básicos de uma sociedade vão ficando para trás.

É possível recriar estes limites perdidos?

Acredito que sim. Respeito é algo que se pratica diariamente. E exigí-lo é mais do que um direito. É um dever para deixarmos um futuro melhor para nossos filhos.

Meu pai dizia que uma briga começa no ponto em que a última briga terminou. Se terminamos com um grito, começará com gritos. Se terminou com um tapa, começaremos com outro tapa. E é a pura verdade, infelizmente. O inconsciente alarga este “limite” e vamos superando-o sem percebermos.

Não podemos consertar o mundo, mas podemos tentar corrigir o pequeno espaço à nossa volta. Dentro de casa, entre os amigos, no trabalho, na sua rua, no seu bairro.

Pratique o Respeito!

Respeito é bom e eu gosto!

Em tempo: não reproduzi a “piadinha” do humorista de propósito. Não vale a pena e não deve nem ser repetida.

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