Sonhando com um mundo melhor


Estava rascunhando um texto sobre a versão adulta dos contos de fadas nos cinemas quando, eis que surge Valdemort, o bruxo vilão de Harry Potter, na abertura dos Jogos Olímpicos. O mundo precisa mesmo de sonhos, de fantasia, de vilões e mocinhos, de crianças heróis, de adultos crianças, de tudo o que fazemos as crianças creem para, depois, destruirmos dentro de nós. Eu me recuso a destruí-los! Sou Peter Pan, sou fada Sininho, sou a bruxa-má, e não estou sozinha, ainda bem!

Felizmente, temos escritores e roteiristas maravilhosos que reinventam a fantasia, nos presenteiam com produções fantásticas como o seriado Once Upon a Time. O seriado dá continuidade a todas as histórias que conhecemos, do ponto onde pararam. Cinderela e Branca de Neve foram mesmo felizes para sempre? E Bela, salvou mesmo a Fera da sua maldição? Não! Porque a felicidade não dura para sempre, afinal, nem mesmo nas estórias inventadas.

Correção, nem tudo é invenção. Dizem que A Bela Adormecida, por exemplo, foi inspirada em fatos reais, assim como tantas outras narrativas populares que o francês Charles Perrault difundiu. Enquanto dormia, teria sido violentada por um Rei e levada, ainda desacordada, para o seu castelo e lá teria dado a luz a gêmeos, tornando-se amante do tal aproveitador de donzelas desmaiadas. Até que os irmãos Grimm amenizaram um pouco esta e outras lendas para as versões mais próximas das que conhecemos hoje.

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. As versões mais modernas de Branca de Neve  retratam uma mulher menos frágil, mais independente e verdadeira guerreira. Qualquer semelhança com a mulher do século XXI não é mera coincidência! Ela deixou a cantoria de lado, pegou em armas e foi à luta!

Seja como for, um pouco de fantasia não faz mal a ninguém. Ajuda-nos a digerir este mundo em que vivemos. Mais cruel do que Rumpelstiltskin e com bem menos magia do que Hogwarts. Sou realista, sou cética para muitas coisas, mas não abro mão de sonhar algumas horinhas por dia, quando mergulho nas páginas dos meus livros ou quando assisto Once Upon a Time. Afinal, quem não gostaria de viver em um mundo melhor?

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