Vida longa aos noivos

O que leva as pessoas a quererem acompanhar o casamento de um príncipe britânico com uma noiva que, aliás, já vivem juntos há quatro anos (diferente da pobre Diana que teve que fazer até exame ginecológico para provar que era virgem!)? Não falo pelos outros, mas falo por mim. Às 11h17 desta sexta feira, dia do casório, me bateu a curiosidade. Fui na internet e comecei a ler sobre este casal.

Não demorou muito para saber de toda a vida deles (ou a parte que interessam que seja contada, obviamente). Mais alguns minutos e tomei conhecimento que a família real possui um canal no YouTube para transmitir o casamento! Pronto. Lá estava eu somando à estatística de 2 milhões + 1 assistindo à cerimônia.

Assim que entrei no canal, príncipe Williams entrou na Abadia de Westminster. Que feliz coincidência!! Ele estava mesmo.... real. No sentido nobre da palavra. A catedral, lindíssima. Ele, nervoso (sim, nervoso, visivelmente nervoso) cumprimentava sei lá quem. E pensei: pode ser uma bobagem, pode ser casamento de mentirinha, pode ser o que for, mas é um evento marcante neste ano, sem dúvida é. Talvez por isso, tantas pessoas queiram participar de alguma maneira. Para, futuramente, poderem dizer que se lembram do dia em que o tal príncipe casou ou até que estavam lá (entre milhares nas ruas de Londres) e viram, por um segundo, o carro da princesa passar. E assim que passou, sentiram-se tão vazios e pequenos que foram tomar uma cerveja, porque não tinha mais nada para ver!

A minha vida e a de ninguém vai mudar com este casamento (exceto as de William e Kate), mas as pessoas precisam sonhar. Precisamos nos desligar por alguns momentos das nossas preocupações diárias e vivermos o sonho da Cinderela. Mas é preciso coragem para acordar do sonho. Coragem para enfrentar as diferenças que ficam tão absurdamente visíveis entre nós e a realeza.

Será? Será que somos assim tão diferentes deles?

Claro que estou falando sobre sentimentos. No fim, Kate sofrerá uma traição um dia (como todas as mulheres já sofreram) e vai chorar sozinha no banheiro. Vai ficar radiante com o resultado positivo da primeira gravidez, ficará emocionada no primeiro ultrassom, vai sentir dores e tomar anestesia. Vai amamentar (nem que seja por um dia!), vai trocar fraldas (nem que seja uma única vez!) e vai sentir que o filho é ainda mais importante que o príncipe com quem casou.

E, por mais bela que seja Kate, William um dia vai se olhar no espelho e pensar que daria tudo para ser solteiro de novo, que a mulher com quem casou não é mais a mesma e vai se perguntar onde foi parar aquele tesão todo do início do relacionamento!

A diferença entre nós e eles é que nós podemos nos embriagar num bar com os amigos; podemos nos divorciar sem causar alvoroço pelo mundo; podemos ter um blog e escrevermos qualquer coisa; podemos nos mudar de cidade, de país e de emprego!!!

A diferença entre nós é que podemos ser nós mesmos sem tanto dinheiro, glamour e conforto, enquanto eles não se preocupam com as contas no final do mês, nem com o que vão fazer de comida no jantar, nem se a empregada vem ou não trabalhar e muito menos ter que correr para pegar o ônibus até o trabalho! Mas são fadados a interpretar um papel sendo felizes ou não. Diana que o diga!

Quando Kate desceu do carro, linda, simples, chique e sorridente, pensei: Só espero que sejam felizes tanto quanto eu sou com o meu príncipe, no meu castelo, rodeada de amor, alegria e paz!

Desliguei a transmissão. Vida longa aos noivos! A todos os noivos.

Comentários

Junia disse…
Nem todos os príncipes, como nem todos os homens trairam ou traíram. Nem todos casamentos passam ou passarao por certas mazelas que achamos que é regra porque ou passamos por elas ou conhecemos alguém que passou. O que difere a realeza britânica nao é o dinheiro. Há mais reizinhos tupiniquins que esbanjam o dinheiro público e vivem de forma mais real. Ser príncipe de Wales nao é fácil e nem ser princesa. Duvido que filhos da classe média brasileira tenham educacao como a de William: servicos sociais, servico mlitar sem regalias, meses em lugares miseráveis com gente sem qualquer infraestruruta, limpando privada, carregando madeira e sacos nas costas. A vida nao é um conto de fadas, mas conhece casais que vivem num conto de fadas há bodas de ouro. Tudo pode ser como na história da Cinderela. Depende de se ter a sorte de escolher o amor certo ou errado. Isto ... nem sempre o coracao sabe escolher.
Junia disse…
Nem todos os príncipes, como nem todos os homens trairam ou traírao. Nem todos casamentos passam ou passarao por certas mazelas que achamos que é regra porque ou passamos por elas ou conhecemos alguém que passou. O que difere a realeza britânica nao é o dinheiro. Há mais reizinhos tupiniquins que esbanjam o dinheiro público e vivem de forma mais real. Ser príncipe de Wales nao é fácil e nem ser princesa. Duvido que filhos da classe média brasileira tenham educacao como a de William: servicos sociais, servico mlitar sem regalias, meses em lugares miseráveis com gente sem qualquer infraestrutura, limpando privada, carregando madeira e sacos nas costas. A vida nao é um conto de fadas, mas conhece casais que vivem num conto de fadas há bodas de ouro. Tudo pode ser como na história da Cinderela. Depende de se ter a sorte de escolher o amor certo ou errado. Isto ... nem sempre o coracao sabe escolher.
a vida, aos poucos, volta ao normal. E sonhar faz toda a diferença.
Dias felizes, Erika.Gpstei do artigo
http://graceolsson.com/blog/