A justificativa do erro
Eu não acredito no mal ou no bem absoluto. Pessoas
boas podem cometer atos terríveis, assim como pessoas cruéis podem amar e serem
amados. Por isso, não aceito frases como "fulano sempre foi tão bom, não
acredito que ele tenha feito isso". Acreditem, ele pode ter feito.
Você mandaria matar o estuprador da sua filha? Isso faria de você um
mandante de assassinato. Você sonegaria impostos? Isso faria de você um
criminoso financeiro. Você daria abrigo a um amigo que atropelou alguém e
fugiu? Isso faria de você um cúmplice.
O fato de homicidas, corruptos, estupradores, batedores de carteira ou
assassinos de animais terem pessoas que os protejam e que os defendam, diz
apenas que eles têm amigos e pessoas que os amam, mas não fazem deles inocentes
de seus atos.
Hitlher amava sua cadela Blondi, e ela a ele. Foi admirado e seguido por
milhares de pessoas e odiado por milhões. Osama Bin Laden também tinha família
e pessoas que o amavam. Sadam Hussein, idem. Tiranos conhecidos da históri
foram adorados e seguidos fielmente.
Nem precisamos ir muito longe. PT, Lula, Dilma, José
Dirceu e todo o grupo que constantemente saqueiam o nosso país ainda são
adorados e defendidos por muitos. Por conveniência, por amizade ou por
convicção política. Mas estes testemunhos, de novo, falam apenas sobre o que
eles são para estas pessoas, não sobre os crimes que cometeram.
A questão diante de um crime não é se são pessoas amadas, pais de
família responsáveis, atenciosos donos de animais de estimação ou se choram para
o seu público. Diante de um crime, um ato contra a lei, não importa quem seja,
a lei deve ser cumprida assim como a sua pena.
Ser gay, no Brasil e em grande parte do mundo, é uma escolha a ser
respeitada. Em países muçulmanos é crime passível de morte. Ter relações sexuais
com uma criança é pedofilia, um crime em grande parte do mundo (no Brasil é
considerado hediondo, sujeito de oito a até vinte anos de
prisão). Nos países muçulmanos, por outro lado, é direito do homem ter uma
esposa de nove anos de idade.
Um enfermeiro que mata pacientes terminais, no Brasil, comete crime,
mesmo que ele alegue intenção de aliviar o sofrimento alheio. Edson Isidoro e
Virginia Soares, enfermeiros brasileiros acusados de matar centenas de
pacientes em hospitais (por pena ou para liberar leitos) viveriam suas vidas
tranquilamente na Suíça, Bélgica, Holanda, entre outros países, onde a
eutanásia é legalmente aceita.
Fato é que, diante de um ato ilegal, criminoso, se a justiça não é feita
sem distinção de raça, cor, religião e classe social, não é justiça. É
julgamento moral, étnico, religioso ou político.
O brasileiro precisa acordar para o perigo da justificação do erro ou
seremos sempre sujeitos a governos que nos roubam ou médicos que matam. Porque
é mais fácil ser tolerante do que lutar pela justiça e pelo direito.
Comentários
Lamentavelmente o ser humano e a sua capacidade de julgamento se debruça em emoções, dubiedades, pluralidades culturais e geográficas.
Ninguém aparentemente usa de bom senso. Diante de provas irrefutáveis o bom senso daria a sentença, no entanto subvertemos isto quando há outros interesses concorrendo em paralelo e por causa disto, a justiça falha, peca, perde.
Tudo o que é possível fazer é tentar apontar o erro, a partir de convicções isentas de emoções e esperar que as pessoas sejam mais autênticas e menos subservientes.
Belo texto, já escolhi a roupa para o lançamento do seu livro. Apareça no meu blog, lá sou convicto e tento ser isento... rs.
Beijo grande Érika!
Lamentavelmente o ser humano e a sua capacidade de julgamento se debruça em emoções, dubiedades, pluralidades culturais e geográficas.
Ninguém aparentemente usa de bom senso. Diante de provas irrefutáveis o bom senso daria a sentença, no entanto subvertemos isto quando há outros interesses concorrendo em paralelo e por causa disto, a justiça falha, peca, perde.
Tudo o que é possível fazer é tentar apontar o erro, a partir de convicções isentas de emoções e esperar que as pessoas sejam mais autênticas e menos subservientes.
Belo texto, já escolhi a roupa para o lançamento do seu livro. Apareça no meu blog, lá sou convicto e tento ser isento... rs.
Beijo grande Érika!